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Livro do Artesanato do Povo Juruna (Yúdja) - Kanemai 'a'ahã dju'a papera
Apresentação
Este livro teve seu início em cursos de formação de professores indígenas, promovidos no Xingu pela ISA, Instituto Socioambiental, uma ONG, sob a coordenação, principalmente, de Maria Cristina Troncarelli, a Bimba, durante a década de 1990. Nessas ocasiões, os juruna começavam a escrever em sua língua, numa ortografia proposta por mim em 1994, e discutida com os lprofessores indígenas até a sua consolidação. Começavam a dar funções para a escrita em sua língua, entre elas a elaboração de textos para serem lidos em sala de aula, no ensino bilíngüe existente nas aldias juruna. Assim, este livro é um trabalho coletivo de vários juruna que atuaram escrevendo textos e/ou desenhando as pleças referentes a eles. A tradução coube a mim, com o auxílio dos autores dos textos e de revisores também falantes da língua. O trabalho todo ocorreu em etapas, sendo a final em julho de 2009, já com apoio do convênio ABRALIN-IPHAN-UNESP.
(...) A obra destina-se aos leitores juruna, mas também ao público geral, aos interessado0s em arte/artesanato indígena. Buscou-se uma organização temática, apresentando primeiramente a cerâmica, arte basicamente feminina, pela qual os juruna são conhecidos inclusive no exterior. Em seguida, apresenta-se a cestaria, arte masculina; cuias, arte feminina; estalhes em madeira, arte masculina; tecelagem, arte feminina; adereços corporais, arte feminina; arte plumária masculina; armas, armadilhas, canoa, brinquedos e entalhes, artes masculinas. Todos os textos são ilustrados. As ilustrações seguem estilos bem diversificados, do uso da caneta hidrográfica ao sombreamento do lápis de cor. Isso reflete justamente a característica principal deste livro: a coletividade. Não se privilegiou um único traço, um único estilo, pois a obra foi feita por várias pessoas, que aqui deixam um pouco de si, pensando talvez em leitores diferentes como alunos, outros colegas professores, filhos, netos que vião, e também nós, os não-índios, os caríbas, que admiramos as peças produzidas quando as vemos em exposições, lojas, e que podemo assim saber um pouco sobre elas.
(...)
Esta é a primeira vez que os juruna apresentam uma obra bilíngüe. Eles já têm dois outros livros publicados, mas são escritos somente em sua língua, um livro de alfabetização e um manual de orientação de saú [Livro não vendável]. Cristina Martins Fargetti