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Ensino de Português em comunidades indígenas (1ª e 2ª Língua)
No campo da educação escolar indígena, a questão do ensino de português para brasileiros falantes nativos de outras línguas ainda não tem merecido a devida atenção e interesse.
Apesar da raridade de publicações sobre o tema, o ensino de português para comunidades indígenas não falantes nativas dessa língua acontece no Brasil há séculos, e teve um enorme impulso e um vertiginoso crescimento depois de 1991, quando a responsabilidade da educação escolar em comunidades indígenas passou do âmbito da FUNAI para o MEC.
Muitas questões teóricas e práticas também são suscitadas pelo ensino de português em comunidades indígenas que não preservam uma língua ancestral. O que aparentaria ser uma prática pouco desafiadora e nada problemática, na verdade revela a fragilidade da ideia de “língua materna” como a primeira língua adquirida. Ainda que seja esse o caso, em muitas comunidades indígenas monolíngues em português a língua nacional não deixa de ser vista como “a língua do colonizador”, e o significado político e psicológico disso tem reflexo direto no ensino escolar. Em uma escolarização bem conduzida isso deveria influenciar a discussão e planejamento dos métodos de ensino.
Este livro reúne estudos, descrições e avaliações de práticas de ensino de português em escolas de diversas minorias étnicas, bem como em programas de formação de professores indígenas (em nível médio e superior), e constitui uma primeira tentativa de colocar em comum os problemas e soluções experimentados em contextos tão díspares.
Os estudos aqui reunidos são parte das comunicações apresentadas em um Grupo de Trabalho que integrou a programação do II SIELP (Simpósio Internacional de Ensino da Língua Portuguesa), realizado na Universidade Federal de Uberlândia (MG), grupo que foi organizado e coordenado pelos professores doutores Dulce Franceschini (UFU) e Wilmar D’Angelis (Unicamp).